

Era uma vez a muito, muito tempo atrás, uma família habitava uma humilde casa no alto do bairro Barra do Céu próximo a Bela Fama. O patriarca da família, Geraldo Cruz, um dia resolveu vender todos os seus patrimônios e viajar com a sorte para o Rio de Janeiro. Venderam tudo, casa, móveis e pertences para tentarem a sorte e um novo emprego em nova cidade, totalmente desconhecida. Antes de venderem especificamente a casa, foi imposto pelo Seu Geraldo que todas as filhas devessem reformar a casa inclusive D. Zita. Depois de todos os pertences vendidos, foram compradas as passagens de trem na menor classe diretamente para Barra Mansa. Uma das filhas, Vânia tinha um cachorro o qual amava o bastante para não querer deixá-lo para trás. Então, eles arrumaram uma mochila, encheram-na de furos e colocaram 'Lorde' dentro para a viagem. Lembrando que eram muito pobres e não possuiam dinheiro extra para embarcar o cachorro. Assim, a família seguiu rumo a estação com várias bagagens e o cachorro escondido na mochila. O vagão onde eles viajaram era totalmente precário com bancos de madeira sem o mínimo de conforto. Até então Lorde o cão amado estava calado como o esperado. Só se podia ver o fucinho introduzido no buraco feito para ele respirar. Todos acomodados ao trem, mas nervosos por levarem um passageiro clandestino. Mas os viajantes não contavam com o fiscal que andava de uma ponta a outra monitorando os passageiros. Lorde, o cão clandestino, não gostou da presença do fiscal e todas as horas que este passava perto, ele começava a latir. Seu Geraldo apertado com a situação, fingia ter uma forte tosse para disfarçar o latido do cão. Afinal eles seriam jogados para fora do trem se por ventura alguém percebesse a presença do cachorro. A dona do cachorro, Vânia ficava mais impaciente com a velocidade do trem do que com o cachorro que teimava em latir para o fiscal. Ela diz hoje que dava vontade de descer e empurrar o trem. A chegada em Barra Mansa foi tranquila. Com muito custo a família Cruz conseguiu uma casa para morarem. A princípio a vida foi bastante difícil pois o emprego e as bem aventuranças demoraram a chegar. Os móveis da casa, a maioria, foram doados por vizinhos amigos. Lorde se perdeu na cidade. E logo foi substituído por um gato que insistia em dormir na cama da Vânia. Várias vezes ele foi arremessado pela janela. Mas quando menos se esperava o gato voltava para dormir com ela. Mais tarde a família Cruz voltou para Nova Lima. Ainda não pesquisei sobre a viagem de volta. Mas não deve ter tido a mesma essencia da companhia de Lorde, o cão clandestino. Essa história emocionante foi protagonizada por Lazita Cruz(avó), Geraldo Cruz(avô), Mário Cruz, Vânia Cruz e Solange Cruz. A filha mais velha Sônia Cruz, aliás minha mãe, preferiu ficar na cidade. As vezes eles acham que ela fez bem, pois na nova e antiga casa, era enfestada de pulgas. Minha família tem qualidade de vida. Histórias cravadas para sempre no livro da nossa família.
Amo minha família incondicionalmente.
Amo minha família incondicionalmente.
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